domingo, 20 de julho de 2008

E eles viveram felizes para sempre!


Sim, sim, sim! O tão esperado momento do 'sim', enfim, chegou! Ladies and gentlemen, às sei-lá-que-horas do dia 12 de julho - a noiva atrasou, nos isentamos de culpa pela falta de precisão horarial - eis que os batráquios e estrogonoficamente sensíveis (dá-lhe, Carro Velho!) Robertinha e Tal selaram o pacto eterno de amor e fidelidade: casaram-se. E tudo foi, sem nenhum prejuízo ao significado dessa expressão, LINDO DE DOER!
Sem mentira alguma, uma noite mágica. Sim, foi! ;-)

Antes de discorrer sobre esse mega-evento, vale situá-los sobre a genialidade e o brilho da protagonista desse humilde folhetim.
Robertinha - agora Sra. Roberta de Andrade Freitas, não era somente a embaixatriz dos assuntos gourmets do nosso trailer, doce trailer: ela com certeza vai deixar muitas saudades no nosso convívio diário extra-horário-comercial por uma infinidade de outras razões.

Mundialmente conhecida pela fobia quando o assunto era fazer exercícios físicos (quem não lembra do surto agudo de coceira que ela teve na nossa primeira semana de cooper, hein?), a Rô é uma peça rara pela absoluta figurice comportamental, e é lembrada por onde passa pela gargalhada sonora, pelas ceninhas de pseudo-ciúme ("tá, Karina... isso, chama a Vivi sei lá pra onde, e não me chama!"), pelos sonhos ousados a respeito do nosso futuro profissional ("e quando a gente sair na Você S/A? Quem vai ficar sentada no sofá, e quem vai ficar de pé, fazendo pose de poderosa?"), pelo medo absurdo acompanhado de trocentos palavrões proferidos em montanhas-russas... ah, são toneladas de mazelas! É fácil lembrar que, por várias noites, quando estávamos prontinhas pra dormir, eis que essa criatura sempre liderava uma ação terrorista: fazer MONTINHOS! Ah, mas as costelas aqui até estremecem só de lembrar desses traumas-dorsais...

Sem colocar o carro na frente dos bois, entendemos que o casório precisa preceder o pré-casório. Pé na tábua, pois:

Pré-Casório

Tudo o que sabemos é que a tensão pré-matrimonial não rendeu um comportamento da espécie Noivus Ogrus Violentus Pitizentus à Sra. Roberta: pelo contrário, Robertósa abriu de vez a válvula de seu manancial de lágrimas: chorava vendo filme, falando dos preparativos, organizando detalhes, mastigando Sucrilhos, remediando imprevistos... afora essa maneira de estravasar, ela manteve a cabeça de manga sobre os ombros, e não a perdeu, heroicamente. Aliás, a Rô riu e se divertiu até as vésperas do enlace. Enlace - taí, palavra terapêutica essa, não? Tão gostosa quanto dizer lango-lango...
(ok, chega!)
Pois bem, às vésperas do casório, simbóra resumir o que fizemos:

** Uma noite de sopa e pão italiano com o Marcelino - lá, ele nos confidenciou que iria pro casamento com um tubinho vermelho de paetês justíssimo, com uma peruca branca, e que na hora em que o padre perguntasse se alguém tinha algo contra a união, ele esbravejaria, se rasgando inteiro: "Eeeeeeu! Tô grávida deeeeleeeeeeeee!" - dizemos e repetimos: volta pro pão, carne louca! Nessa mesma noite, ele mostrou que já tinha aprendido a ficar de ponta-cabeça fazendo aulas de yoga. Má vejam que evolução: a gente mal se exercita com os pés fincados no chão e em sentido horário, e tem gente fazendo essas estripulias. É o Marcel nas próximas Olimpíadas Zen, Brasil!

** Gran finale com uma despedida de solteiro regada a cascata de chocolate com frutas, vinhos baratos (ah, se arrependimento matasse...) e fondue de queijo. O conteúdo das pautas dessa noite não seria liberado nem sob pressão das mais brabas - é algo que está muito acima do bem e do mal, e muito além do nosso senso canibal por notícias degradantes, ultrajantes, cômicas e que subtraem moral alheia. Abafem, por obséquio...quem viveu isso, sabe do teor das prosas!

Trans-Casório: hora do "vamovê"!

No tão esperado dia, o tempo era agradável, não chovia, e por um momento pensamos que o Deusão estava muito a fim de nos ver caindo na gandaia, pois colocou ordem ímpar no cenário do festerê. Chegamos ao espaço Itália, em Mairiporã, e a coisa ficou do jeitão que a gente mais gosta: eram zil abraços, encontros, risos. Estar entre amigos é, no mínimo, o máximo!

Contra todas as previsões, eis que noiva se atrasou um tanto... antes da cerimônia, o buffet já servia petiscos e bebidinhas na igreja - foi nosso primeiro piquenique celestial, irmãos e irmãs! Após alguns cliques (se a Karina levou a máquina? Uhn, claro!) e muito disque-disque, chegou a grande hora, com direito a:

** Palhacice em plena marcha nupcial: nesse momento de comoção, KK e Flavinha entoavam um mantra: "Saaaai daqui, urucubaca! Sai daquiiii!"
** O noivo mais nervoso da galáxia - tentamos contar piada pra ele, cogitamos que ele respirasse em frequência-cachorrinho... e ó, nada do hômi relaxar até ver a noiva, linda, fashion, produzida, chorando e espirrando mais água pelos olhos que um Acquaplay da Estrela!
** Padre que era um híbrido de artista de "stand up comedy" com pároco convencional - engoliu um
pacote de biscoitos Palhacitos, e foi celebrar a missa logo em seguida. Comédia.
** Se a Robertinha chorou? Bem... damos um doce de batata doce pra quem adivinhar se sim! Na hora do discurso, ela fez até um biquinho pra dizer "FIDELIDADE", e essa foi a palavra mais espremida de todo o discurso eloquente e emocionado. Ao mesmo tempo, tão cômico quanto comovente, Sras. e Srs, vamos combinar...
** Os noivos são os mais atropelantes: beijavam-se ternamente em vários momentos, enquanto o padre colocava as mãos na testa pra dizer, de maneira caricata: "Nãããão, má tá erraaaado! Não é agora, não!"
** Ainda na esfera "Pérolas no Cerimonial", eis que o Padre lança que casamento é pra sempre, e que não é qualquer briguinha que deve fazer a esposa querer jogar o marido no lixo... ah, mas e o Marcel? "Se a Rô jogar o Tal no lixo, eu reaproveito!". Sim, vá dormir com um barulho desse!
** Para não fugir, meus caros, do que é corriqueiro, a noivitcha confundiu esquerda e direita na hora de colocar as alianças nas mãos. Nsa Sra da Direita-e-Esquerda, esqueceram de acender a sua velinha dia 12, foi? Mancada da grossa...

Resumo da ópera: quando os anjos disseram amém à união, foi hora de festejar. Nesse território, a competência da nossa trupe é plena:

** O tema dos noivos, "Velha Infância", além da música "Você e eu", foram cantadas por KK para o casal, no palco. E dá-lhe choro, assobios, gritinhos, apoio, aplausos: com uma turma como essa, quem precisa de fama?
** O time de bailarinas honorárias do Gugu estava, como sempre, frenético - dentre as novidades no portifólio, destaque para a "Dança da São Silvestre", com corridinha cretina ao ritmo da banda - chá de coragem e pés na pista, esse é o nosso lema!
** Em um momento pra lá de fraterno, KK lança à Flavinha que o filé com brócolis estava ótimo, e que ela podia provar um pedaço, se assim quisesse. Flávia-Febém, malcriada até o osso, tasca: "Tá estragado, certeza!" Nesse mundo cruel e frio, as pessoas não mais crêem na bondade em sua forma mais autêntica...
** Na tradicional hora do buquê, eis que a noiva solta a pérola-ultrajante, intimando as pessoas com alto índice de solteirice no sangue: ** cantando ** "Flavi-nhá... cadê você? Kari-ná... cê tá aí?!" Isso, gente, hora de brincar de chutar cachorrinhas mortas, haha! Aiaiai, e o peor: não abocanhamos o buquê: estamos condenadas a mais um período de escolhas tortas e confusões, ishhh!

Um momento foi, para nós, de êxtase: ouvimos o tema do trailer, "Vida Boa", juntas, abraçadas e embuídas do melhor sentimento: de que nossas pataquadas protagonizadas juntas vão ficar, para sempre, numa gaveta bem segura da memória, com backup devidamente armazenado no lounge do coração. Ah, em tempo: Robertinha, a gente deseja a você o que desejamos para uma irmã - irmandade é, aliás, a palavra que melhor traduz aquilo que vivemos, as cinco amigas, juntas durante esse período tão especial. Foram filmes, risos, histórias, orgias alimentares, confidências, experiências... tantas coisas, não?
Por favor, nos atenda: seja feliz com o Tal, e muito, e sempre. E claro, como diria o Amaury-Pôdi-de-Rico-Jr... "Keep it coming, love!", for everyone!
Direto de Casamentolândia, essa terra em que todo mundo se enrosca, subscrevemo-nos hoje. ;-)
Beijo casamenteiro,
Trailer das 4 Mulheres
(Uma mulher virou integrante honorária, agora!)
(PS: As solteiras do trailer ainda mantém Santo Antônio de ponta-cabeça, num balde, com o menininho que ele carregava raptado. A vida desses santos é dura, minha gente...)

domingo, 6 de julho de 2008

Semana Mundial dos Cúmulos

Vivi disse uma vez que "what happens in trailer, stays in trailer", mas cremos verdadeiramente que segredos ficam bem guardados quando uma grande quantidade de pessoas sabem deles, e consequentemente os mantém seguros. Os dias que se passaram - poucos, mas de muita movimentação - registraram verdadeiros marcos e pensamentos para a posteridade que deveriam ser guardados a várias chaves... isso posto, vamos a eles? Guardem-os com cuidado, por obséquio...

Categoria: cúmulo da falta de higiene e da figurice comportamental
Protagonistas: Vivi, Flavinha

Vivi (teor_etílico.high = true): "Aaahh, e eu tô aqui, nem tive coragem de escovar os dentes, lavar o rosto pra dormir..."
Flavinha (teor_preguiça.high = true): "Ih, Vivi... nem se preocupe! Eu também não escovei..."
Vivi (cara dramática de Gato de Botas do Shrek): "Então promete pra mim que você foi dormir sem escovar os dentes?"

Categoria: cúmulo da solteirice cômica
Protagonistas: Kari e Mari (convidada especial)

Kari: "Ô, Mari... vê se colabora! Preciso que você me arranje um carinha que seja a minha cara... tem algum lá na Whirlpool, onde você trabalha, de repente?"
Mari: "Com a sua cara? Então o lugar pra procurar vai ser outro: o Cirque du Soleil!"

Categoria: cúmulo da sabedoria em ditados populares
Protagonistas: Geisa, Roberta
Geisa: "Como é o ditado mesmo?"
Roberta: "Ééé... assim: quem late, não morde!"

Categoria: cúmulo da genialidade futebolística
Protagonistas: Vivian, Larissa

Lari: "Uôu, 3 a 1 pro Fluminense!"
Vivi: "gente... acho que o Fluminense tá ganhando, então!"

Categoria: cúmulo da sapiência médica
Protagonistas: Larissa, Vivi

Vivi: "Acho que não existe nenhum mudo que fale..."
Lari: "Uhun, é..."
** Nota da autora: meu diagnóstico é de que a banana da pizza de banana e chocolate foi precursora desse desastre. Só um palpite.

Categoria: cúmulo da habilidade gastronômica I
Protagonista: Vivi
Vivi (olhando para o tostex quase pronto e uniformemente dourado no George Forman Grill - ou Fórmansgríu, como diria a Róberts): "Gente, preciso virar esse pão ao contrário?"
** Nota da autora: Vivi não reparou que o aparelhinho miraculoso aquece os alimentos em ambos os lados... é complexo, muito complexo... a Vivi, aliás, travou uma briga homérica com o liquidificador para conseguir montá-lo essa semana. Gastronomia bélica, meus caros!

Categoria: cúmulo da habilidade gastronômica II
Protagonistas: Kari, Vivi

Kari: "Vamos, Vivi... as meninas já cortaram 4 cenouras, e você ainda lutando com a primeira..."
Vivi: "Aaai, eu tomo cuidado, porque semana passada eu cortei o dedo com aqueles corações (de galinha) assassinos!"

Categoria: cúmulo da habilidade gastronômica III + cúmulo da sabedoria etílica do vinho barato
Protagonistas: Vivi, Kari e Geisa

Kari: "É, Vivi não sabia onde encaixar a hélice do liquidificador..."
Geisa: "Hélice é de avião, não?"
Vivi (confiante e espertalhona): "é... e a hélice do avião é pra fora!"

Categoria: cúmulo da sinceridade I
Protagonistas: Flávia + pessoas covardemente agredidas
Flavinha: "Larissa, você sempre come muito, muito mesmo, muito mais do que eu!"
Flavinha: "Ah, Roberta... você canta mal mesmo, vai!"
Flavinha: "Ih, a Kari dirige mal, deu vários solavancos com o carro da Lari..."
** Nota da autora: Eu sou a favor de expulsarem a Fravs da casa, e tenho dito!

Categoria: cúmulo da sinceridade II
Protagonista: Larissa + pessoas covardemente agredidas
Lari: "Acho mesmo que o desespero pra casar começa nessa época, na casa dos 30 anos..."
Vivi (panos quentes): "é, lá pros 30 mesmo... entre os 29 e os 30..."
Kari (blazé): menos mal, estamos na frôr da idade, aos 25 anos, estamos despreocupadas..."
Vivi (panos quentes): "ah, não... não é pra tanto, né? Não é tão cedo assim... é só aos 30!"
Lari (sem noção): "É sim! Na verdade, essa síndrome começa aos 25... aliás, não tô nem acostumada a escutar gente reclamando de solteirice perto de mim, todo mundo que eu conheço está compromissado, casando..."
Flávia (tentativa de sobrevivência): "Ah, tem gente que se separa, e só você e a Roberta vão casar logo!"
Lari (muito-sem-noção): "Aahh, todas as minhas amigas vão casar em breve!"
** Nota da autora: Isso, Lari... chuta quem já está na chón! Depois, dizer que nós somos maduras e bem-resolvidas não assopra as escoriações, está entendido? Tamos de mal docê! :-P

Mulheres do Trailer recomendam:




Jogos de Amor em Las Vegas
(What Happens in Vegas, Fox Films, 2008)



Alou, alou, alou, aviiiisaaaa! O Comitê Feminino-Cinematográfico do Trailer das 5 definitivamente confere o selo de Qualidade a essa comédia-romântica que encontrou na parceria entre Cameron Diaz e Ashton Kutcher um casamento perfeito, sinérgico e pra lá de divertido.

A produção, originalmente entitulada What Happens in Vegas..., nos remete ao velho jargão que supõe que "o que acontece em Vegas, permanece lá" - é, a filosofia existe justamente para que os atos libidinosos fiquem enterrados naquela terra, e para que você retorne a seu lar, doce lar com a expressão feliz, com a sensação de criança que aprontou e arremessou macarrão no teto, mas com a cara de gente ética, que paga impostos em dia e que mantém relações 100% convencionais, não-alcoólicas e monogâmicas. Pois é... Vegas, em Nevada, é sinônimo de nada senão libertação - é a Sin City, reduto vivo, colorido, frenético e, digamos assim, sexualmente-pra-lá- de-convidativo. ..

Pra esquentar, eis a cena que gera o call-to-action para a trama: tristes, abatidos, desconcertados e com aquela tremenda ressaca moral, Jack Fuller (Kutcher) e Joy McNally (Diaz) decidem ir com seus melhores amigos literalmente despirocar em Vegas. Ele, como praticamente toda a população masculina que reside esse aprazível globo (ai, veneno!), faz o tipo desencanado, preguiçoso, desfocado, picareta, galinha, e vai viajar para esquecer que foi demitido do emprego pelo próprio pai - é, aquele tal negócio da geração mimada "mamaemetrazumsuco.com"... ela, pelo contrário, é corretora em Wallstreet, metódica, organizada, très chic... todavia, vê o chão abrir cratera colossal quando toma um clássico pé do noivo em uma cena ridícula e humilhante, em frente a todos os amigos do bofe-engomadinho.

Parágrafo previsível: diferentes, paradoxais, opostos, desconexos... Jack e Joy nunca se interessariam um pelo outro, certo? ERRADO! Aqui, entra em posição protagonista o teor etílico de ambos: eles se divertem, bebem, dançam sobre o balcão do bar, bebem, tropeçam, bebem, gargalham, bebem, badernam, bebem, se atracam, bebem, bebem, bebem... e se casam. Imaginem a cena de acordar com um anel no dedo, uma tatuagem com jura brega de amor eterno - que felizmente era de canetinha hidrocor, e uma ressaca do tamanho do mundo? Deus é mais!

Já sóbrios, tomando café forte e sentindo a cabeça latejar constantemente, ambos conversam e chegam à conclusão de que o divórcio é o próximo passo - o primeiro ato racional desde o desembarque . Em meio a esse fórum, eles discutem por qualquer motivo frívolo e apostam uma última moeda, quer era dela, em um caça-níquel... e adivinhem só? Eles ganham 3 milhões de dóletas!
Acionando a justiça dos homens, ambos recebem a mais divertida e improvável sentença: hard marriage durante 6 meses, com o dinheirinho congelado até segunda ordem. A partir daí, ambos têm que aprender a conviver, pois só poderão desfrutar da fortuna se provarem que formam um casal estável, fofo e feliz.
Enquanto isso, na Sala de Justiça, ambos sabem que poderiam convencer o par a desistir da relação, tornando-a um real inferno. Essa é, definitivamente, a parte mais emocionante da coisa: começa a guerra dos sexos. Um fazendo de tudo para levar o outro à derrocada, tudo em nome do dinheiro embargado, em meio a uma atmosfera hilária!

Sobre as canções tops da trilha sonora:
* You Sexy Thing, Hot Chocolate
* We Are The Champions, Freddie Mercury
* Grace Kelly, Mika
* Save The Best For Last, Vanessa Williams
* Are You Gonna Be My Girl, Jet

Sobre nossas reações adversas no cinema:
* Diante da coqueluche recém-lançada de hablar español o tempo todo, a trupe adorou a frase romântico-paraguaia-conjugal proferida pelo todo-bom Jack: "Mi coffee, su coffee!". Monique, essa foi pra você!
* Moços desse país, tomem cuidado de agora em diante: no filme tivemos a sugestão de, após ter o coração partido ou coisa parecida, contratar uma trupe de fortões para ir ao apartamento do nosso ex-affair, chutar com vigor suas partes baixas em um único golpe e proferir, ao final, a frase de impacto "You know why!". Alguém se atreve, depois disso, a nos irritar?
* Do portal surtadas.com: ao ver uma cena na qual Jack Fuller fica inerte ao ver Joy chegar arrasando em um vestido colado e dourado, ele balbucia quaisquer coisas incompreensíveis. Flavinha, em um momento de genialidade para a tradução simultânea, lança - "gente, cadê as legendas?". Uhuhuhu, risada pouca é bobagem!

domingo, 15 de junho de 2008

Nos últimos dias, aprendemos...

  • ...que músicas foram feitas para render composições inéditas e para exercitar a criatividade. Flávia cantarola "lua minguante", e não "lua de encanto", única e exclusivamente porque ela possui licença poética para essa finalidade - tudo de propósito, gente!

  • ... que é indelicado proferir publicamente a informação sigilosa de que o noivo da proprietária do trailer ronca - não é por nada, mas hospitalidade tem limites, Robertinha!

  • ... que a maneira menos sexy de chamar a atenção no refeitório da empresa é dançar o passo da galinha em público - Flávia e Karina, compostura já!

  • ... que o presente de casamento que os noivos esperam ganhar em seu enlace se chama "faqueiro", e não "garfeiro". Alguém aí já acendeu sua vela para Nsa Sra. das Causas das Nomenclaturas Domésticas?

  • ... que uma noite de compras saudáveis incluindo frutas, verduras, legumes e linhaça pode sofrer uma mutação abrupta de comportamento das consumidoras, tornando-se uma orgia gastronômica no Viena, com direito a pizza de chocolate com banana;

  • ... que, ao falar sobre as ações estéticas para o verão nesse mesmo restaurante - o escopo era correr, tomar sol e pegar uma piscininha - seja normal esperar que Flavinha, sabiamente, questione: "mas nós não vamos nadar agora, na volta pra casa, né?"... aiaiai, meus sais!

  • ...que ter olho-grande-de-caminhão pode nos colocar em situações complicadas: Lari, ao surrupiar um pedaço de pizza alheio, não contava com a astúcia de que ele tinha uma dose cavalar de pimenta daquelas que não negam seu sobrenome mega-ardido;

  • ... que fraternidade e comunhão são práticas demodê quando se está comendo um pedaço generoso de sobremesa: [**gritando**] "TIRA A MÃO DO MEU PUDIIIM!";

  • ... que o produto-primo do Panetone no Natal é a Colomba Pascal, mas o similar comercializado ao final do ano não é, definitivamente, Colomba Natal;

  • ... que os ares do camping nos fizeram cantar música sertaneja no caminho pro trabalho: "mudei o jeito de sÊ-E-Er/ bebendo pra ÊsquecÊr/ SessÊnta dÍas apÁixonÁ-dÔ!"

  • ... que a cientista Flavia Catelli possui uma teoria bem didática sobre não beber líquidos durante as refeições. O exemplo: "vejam o porco, que só come lavagem. Aquilo lá é pura comida com líquido, e aí ele fica balofo!"
Filósofos da posteridade que nos aguardem - os ares que respiramos no camping são altamente ricos em insights. Aham.

sábado, 14 de junho de 2008

Mulheres do Trailer recomendam:





O melhor amigo da noiva
(Made of Honor, Columbia Pictures, 2008)

O todo-bom Tom, interpretado por Patrick Dempsey (o Dr. McDreamy de Grey’s Anatomy), leva a própria vida da maneira mais descompromissada, ou seja, na mais pura e limpa cafajestagem: é bem-sucedido, gato ultra-sexy, um verdadeiro ímã quando o assunto é o mulherio. Sedutor incorrigível e inveterado, solteiro convicto, ele é cheio de regras-psicóticas: jamais, em hipótese alguma, leva as moçoilas para o seu apartamento, nunca liga antes de 24hs depois do fim de um encontro e vive despreocupadamente e vagabundosamente porque, sim, além de tudo isso é estupidilionário: eis que esse Don Juan inventou as luvinhas de papel que protegem as mãos da fervura dos copos de café. Está bom pra você, Belezinha de Creuza?

Assim como algumas pessoas que conhecemos por aí, Tom é totalmente avesso a relacionamentos: não namora nem sob tortura chinesa, nem com ameaça de tiro na cara. O único elo sustentável com os demais semelhantes da face da Terra existe entre ele e os amigos do basquete, além de Hannah, interpretada por Michelle Monaghan (a Miranda de Antes só do que Mal-Casado). Ela é uma amiga das antigas que passa todos os momentos livres com ele, e que o conhece como ninguém. Eles, juntos, também cultivam pequenas manias, como adivinhar a sobremesa que o outro vai pedir na doceria, sendo que as duas guloseimas requisitadas são inevitavelmente compartilhadas e garfadas em dupla. Costume lúdico e de dar inveja, porque ao observar o moço dá vontade de lambuzar-se com ele, e de deixar a torta tiramissú de lado, uh-lá-lá...

[Vamos, recupere a compostura!]

Na trama, tudo estava muito bem, obrigada. No entanto, de repente e não mais que de repente, Hannah decide viajar por seis semanas a negócios, para a Escócia. Aí vem, meninos e meninas, o imensurável pulo do gato: Tom percebe que está apaixonadinho pela moça! Eles telefonam um para o outro freneticamente nesse hiato de convivência, mas as operadoras de telefones nesses filmes possuem como expertise desencontrar e desconectar as pessoas. Que situação desoladora, não?

Enquanto sua suposta amada está longe, Tom decide pedi-la em casamento logo após a volta a New York. Ele não contava, porém, que ela ficaria noiva de um escocês ricaço (ele tem cara de queijo fresco, mas é um duque, colegas!) e planeja viver esse amor economicamente viável e monarquicamente esfuziante no exterior. Para terminar a lambança, Hannah convida Tom para ser sua "madrinha de honra" (manias estranhas dos outros países, não nos perguntem a respeito!). Pois bem, ele aceita a intimação, mas tem um plano: dominar o mund...oooops, não... isso é assunto para Pink e Cérebro, desculpem o auê! In fact, ladies and gentleman, o que Tom quer mesmo é persuadir Hannah e impedir esse casório tão descabido, no alto da recuperação de sua sanidade amorosa e, pasmem, monogâmica.

Ah, sofrimento danado: o Ex-Boneco-Cafajestinho-da-Estrela, agora equipado com uma dorzinha de cotovelo no pacote, vê que o noivo-duque-escocês-loiro-que-até-reluz é o sonho de consumo de qualquer mulher: ele é bom em esportes, sabe cantar, é romântico, manda flores, é culto... com isso, Tom se sente simplesmente desconsolado. Mas, cá pra nós, em Hollywood as coisas nunca estão definitivamente perdidas!

Frigir dos ovos: aprende-se nessa obra que há várias particularidades nos casamentos-escoceses-de-gente-podre-de-rica, já que todos partem para o castelo do noivo, sede da cerimônia, que é um suntuoso complexo emoldurado pelas paisagens de arrasar do interior da Escócia - lá, há uma vasta agenda composta por jantares, atividades e festas que antecedem o enlace do casal. Entre elas, a melhor: a despedida de solteira da noiva ocorre em um pub, e ela percorre esse botequim apinhado de hombres com um balde, onde os donzelos depositam moedas em troca de beijos na boca da noivinha. Eita, lasqueira: nosso intrépido Tom junta seus trocos e tasca em Hannah um daqueles beijos a la ele-me-pega-assim-pelos-cabelos... hm, o evento é suficiente para que o enredo do filme tome os caminhos mais previsíveis, mas não menos emocionantes!

Sobre as canções tops da trilha sonora:
* Walkin' On The Sun, Smash Mouth
* Love Revolution, Lenny Kravitz
* You Give Me Something, James Morrison
* Stop Crying Your Heart Out, Oasis

Sobre nossas reações adversas no cinema:
* A quase-casada Roberta teve um surto psicótico bipolar, alternando reações de riso-hiena e choro-criança-que-perdeu-a-chupeta. Parece que a "ficha" de que ela vai matrimonizar a vida, enfim, caiu!
* Karina sofreu forte censura ao cantar, a plenos pulmões, a trilha fofa de James Morrison durante o filme. Abaixo à repressão: Larissa disse que essas manifestações apenas caem bem no sofá de casa, a quilômetros do resto da população economicamente ativa e cinéfila;
* Desconfiamos que nossas mães tenham sido veementemente ofendidas pelos telespectadores da sala por conta de nossas interações barulhentas no cine;
* Amaldiçoamos um filho-de-uma-égua que checava o Blackberry-farol-de-milha a cada cinco segundos, e sentimos bem de perto o prenúncio de tomar uma bifa do nerd. Medaaa!

sábado, 31 de maio de 2008

Sereias, essas desconhecidas...

Manhã cinza e preguiçosa, são seis e quinze, o tempo urge, estamos acordadas, falantes, elétricas, caminhando a passos largos, com respiração ofegante. No alto de sua perseverança estética, Flavia pergunta a todas nós, que enfrentámos bravamente a segunda semana de jogging no camping:
- Será que, quando eu for mais velha e experiente, eu vou ser uma coroa sarada, que corre com legging, toda disposta, ouvindo música num iPod?

Segundos de hesitação, silêncio sepulcral e ela mesma responde ao enigma, sonoramente, enquanto gargalhamos em coro:
- Não!

Ser mulher tem lá algumas benesses, não vamos negar. No entanto, existe um calvário marcado por algumas escolhas intimamente conectadas à beleza, outras horas de sono subtraídas para esse fim, doses cavalares de disciplina e, o pior: algumas renúncias de ordem gastronômica. Uh, diria que aí é que mora o perigo maior. Sim, somos focadas, obstinadas, queremos ter curvas de sereia e a sinuosidade de um pretzel. Sim, sim. O único problema, meus caros, é que não dá pra fazer nada nessa vida sem as cia. das nossas mazelas, vocês bem sabem. As coisas nunca seguem um fluxo típico e previsível quandos nos juntamos para fazê-las.

É oportuno contar como tudo começou. Após reunião do comitê, onde houve decisão quase-unânime por fazer atividade física para ficar de bem com a balança no verão, definimos a frequência da empreitada: quantas vezes fossem possíveis na semana, com mínimo de 3 e teto desejável de 5 caminhadas. Enquanto isso, na sala de Justiça, Roberta discordava, esperneava e retrucava: andar é chato, andar faz mal, andar não leva a lugar algum - oras, Robertex, andar sempre nos leva a algum lugar, literalmente!

Fóruns e contendas à parte, eis que planejamos a primeira largada às seis da madrugada do dia seguinte. No entanto, eis que em plena madrugada Flavia ouviu passos lentos e sorrateiros na direção do trailer. Tremeu, apavorou, rezou, viu o filme da própria vida, pensou em ligar pra Polícia, pensou que um sufocador nos atacaria covardemente. No ápice do pânico e do ranger de dentes, ela se vira para gritar histericamente por socorro, e quase tem um treco ao se deparar com a Lari, que ia abrir a porta para o Enzo, seu futuro esposo, gente finíssima e nada-sufocadora, óbvio. A primeira pergunta da Flavinha depois de entender que tínhamos apenas uma visita no lar, doce trailer: "Então a gente não caminha hoje cedo, certo?!". Tsc, tsc. Por isso é que o nosso país não vai para frente, vocês hão de convir.

Novo dia, outros planos, e eis que fomos mexer os corpitchos, finalmente. Na primeira corrida, em pleno aquecimento, cantava-se canções consagradas de Shakira e outros hits em volume tão ensurdecedor que chegamos a temer a expulsão coletiva e imediata do camping. Na segunda,vez, quando o guardinha surgiu por trás de um arbusto, Flavóta deu um berro que exercitou plenamente as cordas vocais dela, pelo menos. Nesse mesmo dia, fomos até um lago, que acompanha grátis uma rampa que colocaria para fora um palmo de língua de qualquer mortal que circunde essa Terra de Meu Deus. Se a vida é fácil? Nahh.

Pra completar esse enredo conspiracional, corremos por três dias e:
a) No primeiro, almoçamos no McDonald's - o enredo de Super Size Me não foi lição suficiente pra abolir essas tralhas das nossas vidas por definitivo;
b) No segundo, traçamos um rodízio de pizza no Viena ao final do expediente, no Shopping Tamboré - Flavs foi até lá para comprar um tênis pra caminhar - paradoxal isso, não?
c) No terceiro, traçamos morângulos e chocolate em calda - uhn, frutas são milionárias em fibras, certo?
d) Nesse mesmo dia, Robertinha cedeu, se uniu a nós, e sentiu uma coceira insana nas pernas, como se correr criasse pulgas no organismo de pobres mortais como nós, que só queriam melhorar seus condicionamentos físicos. Aiai...

Ah, o dia dos morângulos e chocolates foi o mais bonitinho - Robertósa, a parcela geralmente anti-corrida da trupe, pediu que fizéssemos um "programa de amigas" e que desistíssemos da saga calórico-eliminadora. Quase cedemos. Mas não, Nsa. Sra. do Corpão Violão que nos bendiga, amém, porque o Projeto Sereia 2008 sofre mais ameaças do que os inimigos da Al Qaeda. Fomos, firmes e quase fortes, enfrentar o circuito. ;-)

(Parêntesisrápido: na primeira manhã em que recebemos de Roberts a negativa para malhar logo cedo, programamos nossos despertadores para tocar, em coro, a cada 5 minutos. Quem não perde calorias, perde pelo menos o sono... Fechaparêntesis)

Beleza é pauta nova em nosso meio, os brainstormings semanais são constantes a esse respeito: um dia vamos parar com o carboidrato, em outro comer frutas, no outro tomar vitaminas com linhaça, e talvez colocar esparadrapos nas respectivas bocas, além de tomar sol e fazer topless no verão, à borda da piscina. A parte boa da coisa é que as questões mais banais nos rendem, fatalmente, diversão. Uh, e como.

Ah, por falar em beleza, lá vai "a última frôr do lácio", como diria o honorável Zé Simão: dia desses, Lari e Roberta discutiam produtivamente sobre remoção de maquiagem. O conselho da Lari, phD em cosméticos importados: "Ah, use o Clean & Clear pra retirar o excesso de delineador... mas feche o olho pra passar, tá?". Mas aí, macacada, desenvolver essas conversas proferidas a partir do nosso universo paralelo já vai é render oooutra história, que vai ficar guardada pra depois. Aguardem e confiem!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ato I: apresentando as personagens

Se toda trama faz marketing agressivo em sua estréia através do elenco de feras de maior grandeza, aqui as coisas não poderiam ser diferentes... vamos, pois, conhecer as heroínas dessa saga?

Flavia Catelli
Super-poderes:
esquecionalização, pontaria-podre para namoradinhos, figurice-comportamental.
Grandes feitos:
Ao saudar uma telefonista que falava espanhol, dia desses, animadamente proferiu "Buenos Aires!" no lugar de "Buenos dias!". Compôs novo nome pra dupla sertaneja peso-pesado, chamando-a de "César Miano e Marinóte". Jura ter visto, na imensidão dos céus, a "auréola boreal". Em parceria com a Karina, é dançarina oficial do consagrado passo da galinha. Quando saiu pra fazer cooper conosco pela primeira vez, tomou um susto tão grande com um dos seguranças do camping que gritou em tonalidade lá maior, com potência de trocentos decibéis, e quase estourou os tímpanos do guardinha - ô, dó. Na primeira tentativa de socializar com um esquilo que habita o coqueiro em frente ao trailer, também tomou um nocaute, ou melhor, uma "cocada" (que, aqui, é o mesmo que golpe com usufruto de coquinho) desse bichinho muito do valente.

Roberta Andrade
Super-poderes:
superinteligência culinária, superpreguiça malhacional, superchoradeira induzida.
Grandes feitos:
Expressou, publicamente, o desejo de implodir a antena parabólica, que não transmite a saga de "Amor e Intrigas", produção "quero ser novela das 8" que passa na Record - buscando incessantemente o sinal desse canal, fez a Lari ir, na calada da noite, para o lado de fora do trailer para ajeitar a antena. Imaginem os gritos: "Iiiisso, iiiisso, ééé... vish, tá tudo formingando no canal, tá uma b*sta isso aqui, esquece...". Chora copiosamente vendo "Um amor pra recordar", cortando cebola, pulando em um pé só, lendo bula de remédio, ouvindo propaganda eleitoral e examinando embalagem de Tang. Já teve a pachorra de acordar 100% das habitantes do trailer às 04h30 da matina, pra avisar que ainda tínhamos duas horas a mais de sono da beleza. Ah, por falar em dormir, use esse "vale-tirar-sarro" com ela: Roberta dorme SORRINDO - simpatia sonâmbula, vejam vocês! Marcel, nosso amigo querido e de longa data, adora acordá-la na alta madrugada, pura e simplesmente por hobby. Ah, em tempo: ela tem SÉRIOS problemas com direita e esquerda - "não gente, não é essa direita, é a oooutra!".

Larissa Kaiser
Super-poderes:
Mega-força com latas de palmito, carisma-da-Sandy, espanholização-paraguaia-induzida, hipnose de torneiras no chuveiro.
Grandes feitos:
Representando a parte mais meiga e boa-praça da patota, a Lari é superintendente do núcleo diplomático da nossa convivência. Acometida de lombrigas - várias delas, é sempre a primeira a lembrar-se do bolo de chocolate na geladeira, ou que morângulos precisam acompanhar suspiros, além de leite condensado e creme de leite. São dela os pijamas e pantufas mais estilosas do mundo. Madame Larissa queria atualmente que o idioma mundial fosse o espanhol - enquanto faz as lições de casa do curso, ela obriga Deus e o mundo a buscar vocábulos dos hermanos no dicionário, e a completar frases das tarefas dela no clima maroto da mais "livre e espontânea pressão" - si, porque las garantías somos nosotras!

Vivian Bertachini
Super-poderes:
Expressionalização cômica, gastronomia-palhaça, desenhice-animada avançada.
Grandes feitos:
Está em processo gradual de surdez - dizem que essa coisa se chama Mal da Véia. Ela escuta "leite quente", entende "tô doente". Vejam se a gente pode com esse quadro médico... é a estagiária mais cômica da galáxia quando o assunto é cozinha, e acha que picar duas salsichas de uma vez é indício de absurda habilidade já adquirida por ela. Dissipou pelos quatro campos do globo as seguintes expressões memoráveis: "Arrasou, Fulana!", e "Ish... você tá mara!", onde 'mara' é maravilhosa. É a baronesa do condado de Aguaí - **sing ** "cada um no seu condado, cada um no seu condado!" (Está bem, o surto funk já passou. Ufa.)

Karina Lima
Super-poderes:
Pupilas super-secas, vocabularização descabelada, cretinibilidade, biblioteca musical-mental, salsichionalização de textos.
Grandes feitos:
É detentora dos hábitos mais inusitados - come pães de canela e passas, mistura abacaxis e mangas aos pratos de comida, faz massarocas de farinha e pimenta em tudo o que traça, também. É dotada de absoluta estupidez geográfica, desorientada até o osso, analfabeta para compreender mapas e reconhecer lugares. Estuda canto, mas não alcançou o estrelato - é tão vidrada em música que praticamente tem um iPod no cérebro, reconhecendo desde Genival Lacerda até Joe Satriani. É a cabeça da máfia que produz os acidentes hidráulicos da casa, destruindo chuveiros, esfriando a água, causando transtornos. Não se limitando às fronteiras do mundo aquático, ela já esteve perto de queimar a própria peruca no forno, ao tentar acendê-lo nas comemorações do aniversário da Frávia. Tem humor ácido, perde o amigo, mas não a piada, gesticula que é um absurdo e é acometida da síndrome da Bridget Jones - professa com veemência que, se toda panela tem tampa, ela é uma panquequeira. Afirmam que ela engoliu um dicionário, e que por isso é capaz de escrever, por exemplo, "você é um picareta" com 264 vocábulos diferentes e desconhecidos.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Malas prontas?

E eis que a lenda urbana, então, se materializou. Sim, cinco moçoilas dotadas de, no mínimo, uma pitada de coragem e algum senso de oportunidade toparam a empreitada de abrir mão do conforto e conveniência de seus respectivos ninhos maternos para morar, no alto de seus gloriosos vinte e poucos anos, em um trailer.

Aí, em um momento de total introspecção, você pensará: um o quê, hômi?! T-R-A-I-L-E-R? É, cidadão. Trailer. Bingo. Isso mesmo. Boa, Flipper!

Para você, desavisado de plantão, lá vão algumas evidências acerca desse fantástico universo:

a) O trailer da vez, esse aqui mencionado, não é recinto para comercialização de ródogs - trailer não precisa se alocar em frente à sua universidade para ser um trailer, pois;

b) Pra "móde" morar em um trailer, você não precisa ser um domador de leões no circo, um hippie ou um andarilho solitário: há gente muito da "normal"*NDAT morando dessa maneira diferente e, vamos combinar, pra lá de estilosa - trailer não é sinônimo de vida mambembe, ladies and gentleman;
*NDAT (nota depois do argumento trailerístico): e de perto, alguém é normal, por acaso?!

c) Quando você mora em um trailer, ter um urso selvagem e temperamental como vizinho não é uma condição sine qua non. O nosso novo QG, por exemplo, está em território pacífico, cercado por bípedes, um esquilo simpático e uma penca de componentes pertencentes à adorável família da infra-estrutura de hospedagem - yuhu!

d) Pra viver em um trailer, você não acende fogueiras, se alimenta de calangos ou compartilha sanitários com zilhões de pessoas. Por aqui, há privacidade, secador, chapinha e água quente, sim senhor!

Ah, sim, vamos logo esclarecer um detalhe técnico importante antes de seguir com essa prosa: em matéria de "vida de caramujo", levando a casa nas costas, há duas alternativas cabíveis: motor homes e trailers. Um motor home parece um ônibus, em que motor e a casa ficam juntinhos. Em contrapartida, trailer é o que vem separado e a gente reboca com o automóvel. Tanto um quanto o outro são pouco convencionais por aqui, mas em outros países é bastante comum viajar ou morar nessas engenhocas, acreditem, tão inusitadas.

Momento IBGE: o trailer das cinco mulheres está localizado na Aprazível província de Araçariguama, a poucos minutos do nosso templo corporativo, em Alphaville. Assim como em um clube, há segurança, piscinas, quadras de tênis, campo de futebol, parquinho para os pequenos, trilha para fazer jogging, cantina, lago... tudo isso está entrecortado por um montão de áreas verdes que servem como moldura para os trailers, motor homes e chalés pertencentes à gente sortuda que foi parar por aquelas bandas. Há água quente nas torneiras, há TV, microondas, DVD, churrasqueira, iPod com caixinha acústica, aquecedor, Nutella, Sucrilhos e sobremesas-ultra-calóricas carinhosamente enviadas por mamães, vovós e afins. Se passamos bem? Ah, bobagem...

Morando lá, guardamos em várias gavetas da memória o melhor conteúdo possível para lembrar, com alegria, do passado: nos tornamos máquinas de "causos", histórias fantásticas, festas, teorias descabidas, sessões de DVD, gargalhadas sonoras. Talvez seja essa uma das fases mais engraçadas e, claro, barulhentas de nossas vidas.

Bem-vindos à bordo, e aproveitem a viagem!