domingo, 15 de junho de 2008

Nos últimos dias, aprendemos...

  • ...que músicas foram feitas para render composições inéditas e para exercitar a criatividade. Flávia cantarola "lua minguante", e não "lua de encanto", única e exclusivamente porque ela possui licença poética para essa finalidade - tudo de propósito, gente!

  • ... que é indelicado proferir publicamente a informação sigilosa de que o noivo da proprietária do trailer ronca - não é por nada, mas hospitalidade tem limites, Robertinha!

  • ... que a maneira menos sexy de chamar a atenção no refeitório da empresa é dançar o passo da galinha em público - Flávia e Karina, compostura já!

  • ... que o presente de casamento que os noivos esperam ganhar em seu enlace se chama "faqueiro", e não "garfeiro". Alguém aí já acendeu sua vela para Nsa Sra. das Causas das Nomenclaturas Domésticas?

  • ... que uma noite de compras saudáveis incluindo frutas, verduras, legumes e linhaça pode sofrer uma mutação abrupta de comportamento das consumidoras, tornando-se uma orgia gastronômica no Viena, com direito a pizza de chocolate com banana;

  • ... que, ao falar sobre as ações estéticas para o verão nesse mesmo restaurante - o escopo era correr, tomar sol e pegar uma piscininha - seja normal esperar que Flavinha, sabiamente, questione: "mas nós não vamos nadar agora, na volta pra casa, né?"... aiaiai, meus sais!

  • ...que ter olho-grande-de-caminhão pode nos colocar em situações complicadas: Lari, ao surrupiar um pedaço de pizza alheio, não contava com a astúcia de que ele tinha uma dose cavalar de pimenta daquelas que não negam seu sobrenome mega-ardido;

  • ... que fraternidade e comunhão são práticas demodê quando se está comendo um pedaço generoso de sobremesa: [**gritando**] "TIRA A MÃO DO MEU PUDIIIM!";

  • ... que o produto-primo do Panetone no Natal é a Colomba Pascal, mas o similar comercializado ao final do ano não é, definitivamente, Colomba Natal;

  • ... que os ares do camping nos fizeram cantar música sertaneja no caminho pro trabalho: "mudei o jeito de sÊ-E-Er/ bebendo pra ÊsquecÊr/ SessÊnta dÍas apÁixonÁ-dÔ!"

  • ... que a cientista Flavia Catelli possui uma teoria bem didática sobre não beber líquidos durante as refeições. O exemplo: "vejam o porco, que só come lavagem. Aquilo lá é pura comida com líquido, e aí ele fica balofo!"
Filósofos da posteridade que nos aguardem - os ares que respiramos no camping são altamente ricos em insights. Aham.

sábado, 14 de junho de 2008

Mulheres do Trailer recomendam:





O melhor amigo da noiva
(Made of Honor, Columbia Pictures, 2008)

O todo-bom Tom, interpretado por Patrick Dempsey (o Dr. McDreamy de Grey’s Anatomy), leva a própria vida da maneira mais descompromissada, ou seja, na mais pura e limpa cafajestagem: é bem-sucedido, gato ultra-sexy, um verdadeiro ímã quando o assunto é o mulherio. Sedutor incorrigível e inveterado, solteiro convicto, ele é cheio de regras-psicóticas: jamais, em hipótese alguma, leva as moçoilas para o seu apartamento, nunca liga antes de 24hs depois do fim de um encontro e vive despreocupadamente e vagabundosamente porque, sim, além de tudo isso é estupidilionário: eis que esse Don Juan inventou as luvinhas de papel que protegem as mãos da fervura dos copos de café. Está bom pra você, Belezinha de Creuza?

Assim como algumas pessoas que conhecemos por aí, Tom é totalmente avesso a relacionamentos: não namora nem sob tortura chinesa, nem com ameaça de tiro na cara. O único elo sustentável com os demais semelhantes da face da Terra existe entre ele e os amigos do basquete, além de Hannah, interpretada por Michelle Monaghan (a Miranda de Antes só do que Mal-Casado). Ela é uma amiga das antigas que passa todos os momentos livres com ele, e que o conhece como ninguém. Eles, juntos, também cultivam pequenas manias, como adivinhar a sobremesa que o outro vai pedir na doceria, sendo que as duas guloseimas requisitadas são inevitavelmente compartilhadas e garfadas em dupla. Costume lúdico e de dar inveja, porque ao observar o moço dá vontade de lambuzar-se com ele, e de deixar a torta tiramissú de lado, uh-lá-lá...

[Vamos, recupere a compostura!]

Na trama, tudo estava muito bem, obrigada. No entanto, de repente e não mais que de repente, Hannah decide viajar por seis semanas a negócios, para a Escócia. Aí vem, meninos e meninas, o imensurável pulo do gato: Tom percebe que está apaixonadinho pela moça! Eles telefonam um para o outro freneticamente nesse hiato de convivência, mas as operadoras de telefones nesses filmes possuem como expertise desencontrar e desconectar as pessoas. Que situação desoladora, não?

Enquanto sua suposta amada está longe, Tom decide pedi-la em casamento logo após a volta a New York. Ele não contava, porém, que ela ficaria noiva de um escocês ricaço (ele tem cara de queijo fresco, mas é um duque, colegas!) e planeja viver esse amor economicamente viável e monarquicamente esfuziante no exterior. Para terminar a lambança, Hannah convida Tom para ser sua "madrinha de honra" (manias estranhas dos outros países, não nos perguntem a respeito!). Pois bem, ele aceita a intimação, mas tem um plano: dominar o mund...oooops, não... isso é assunto para Pink e Cérebro, desculpem o auê! In fact, ladies and gentleman, o que Tom quer mesmo é persuadir Hannah e impedir esse casório tão descabido, no alto da recuperação de sua sanidade amorosa e, pasmem, monogâmica.

Ah, sofrimento danado: o Ex-Boneco-Cafajestinho-da-Estrela, agora equipado com uma dorzinha de cotovelo no pacote, vê que o noivo-duque-escocês-loiro-que-até-reluz é o sonho de consumo de qualquer mulher: ele é bom em esportes, sabe cantar, é romântico, manda flores, é culto... com isso, Tom se sente simplesmente desconsolado. Mas, cá pra nós, em Hollywood as coisas nunca estão definitivamente perdidas!

Frigir dos ovos: aprende-se nessa obra que há várias particularidades nos casamentos-escoceses-de-gente-podre-de-rica, já que todos partem para o castelo do noivo, sede da cerimônia, que é um suntuoso complexo emoldurado pelas paisagens de arrasar do interior da Escócia - lá, há uma vasta agenda composta por jantares, atividades e festas que antecedem o enlace do casal. Entre elas, a melhor: a despedida de solteira da noiva ocorre em um pub, e ela percorre esse botequim apinhado de hombres com um balde, onde os donzelos depositam moedas em troca de beijos na boca da noivinha. Eita, lasqueira: nosso intrépido Tom junta seus trocos e tasca em Hannah um daqueles beijos a la ele-me-pega-assim-pelos-cabelos... hm, o evento é suficiente para que o enredo do filme tome os caminhos mais previsíveis, mas não menos emocionantes!

Sobre as canções tops da trilha sonora:
* Walkin' On The Sun, Smash Mouth
* Love Revolution, Lenny Kravitz
* You Give Me Something, James Morrison
* Stop Crying Your Heart Out, Oasis

Sobre nossas reações adversas no cinema:
* A quase-casada Roberta teve um surto psicótico bipolar, alternando reações de riso-hiena e choro-criança-que-perdeu-a-chupeta. Parece que a "ficha" de que ela vai matrimonizar a vida, enfim, caiu!
* Karina sofreu forte censura ao cantar, a plenos pulmões, a trilha fofa de James Morrison durante o filme. Abaixo à repressão: Larissa disse que essas manifestações apenas caem bem no sofá de casa, a quilômetros do resto da população economicamente ativa e cinéfila;
* Desconfiamos que nossas mães tenham sido veementemente ofendidas pelos telespectadores da sala por conta de nossas interações barulhentas no cine;
* Amaldiçoamos um filho-de-uma-égua que checava o Blackberry-farol-de-milha a cada cinco segundos, e sentimos bem de perto o prenúncio de tomar uma bifa do nerd. Medaaa!